Paulo Salim Maluf (São Paulo, 3 de setembro de 1931), mais conhecido como Paulo Maluf, ou simplesmente Maluf[1] é um político, engenheiro e empresário brasileiro. Foi governador do estado de São Paulo (1979–1982), além de duas vezes prefeito de São Paulo (1969–1971; 1993–1996), secretário dos transportes do Estado (1971–1975), presidente da Caixa Econômica Federal, presidente e vice-presidente da Associação Comercial de São Paulo e líder de cinco partidos políticos.[2] Foi candidato à Presidência da República no último pleito presidencial indireto (1985), como candidato do partido situacionista, e na primeira eleição da Sexta República (1989). Seu último cargo foi o de deputado federal, função que ocupou por quatro vezes.
Na política, Maluf associou-se ao conservadorismo,[3][4] e seu primeiro partido político foi a Aliança Renovadora Nacional (ARENA), agremiação situacionista durante a ditadura civil-militar, que posteriormente sofreu diversas alterações de nomenclatura, hoje se chamando Progressistas (PP).[5] A ascensão e o sucesso como administrador público estiveram na origem do termo malufismo, em alusão à influência que Maluf deteve na política paulista. Em doze eleições para cargos do Poder Executivo, venceu duas e perdeu dez: uma vitória (para prefeito) e nove derrotas em pleito direto; uma vitória (para governador, como candidato único) e uma derrota em pleito indireto. Foi eleito nas quatros eleições que disputou para deputado federal. Além dos seis mandatos pela via eletiva (direta ou indireta), foi nomeado presidente da Caixa Econômica, Prefeito e secretário estadual.
A indicação de Maluf como candidato da eleição presidencial de 1985, a primeira após a abertura política, dividiu o partido, numa disputa interna de poder. Os membros da Arena contrários à candidatura, liderados por José Sarney, terminaram por fundar o dissidente Partido da Frente Liberal. Maluf foi oficializado candidato, mas perdeu a eleição para Tancredo Neves.[6] Maluf voltaria a vencer um pleito em 1992, para a prefeitura de São Paulo. Dentre as obras públicas inauguradas durante suas administrações como prefeito da capital paulista, estão as Marginais Pinheiros e Tietê, o Elevado Presidente João Goulart (à época denominado Elevado Presidente Costa e Silva) e o Túnel Ayrton Senna.
Depois de deixar a prefeitura, não foi mais eleito para cargos executivos e passou a disputar, com êxito, eleições parlamentares. Foi eleito deputado federal nos anos de 2006, 2010, e 2014, nessa última com pouco mais de 250 mil votos.[7] Em 2017, foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal pelo crime de lavagem de dinheiro. O tribunal considerou que Maluf usara contas no exterior para esconder parte dos R$ 3 bilhões desviados das obras da Avenida Roberto Marinho e do Túnel Ayrton Senna entre 1993 e 1996, quando ele fora prefeito de São Paulo.[8] Em 2018, foi condenado pelo STF por falsidade ideológica eleitoral. Cumpriu as penas em prisão domiciliar até maio de 2023, quando por decisão do próprio STF teve suas condenações extintas com base nos critérios do indulto natalino assinado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.[9][10]